quarta-feira, 17 de junho de 2009

Eu vi nascer um craque: Robinho

Muitas vezes nos perguntamos, como nasce um craque de futebol? E muitos clubes fazem suas escolinhas de futebol e pensam que de lá sairá um craque. Os pais por sua vez logo aos cinco anos levam os seus guris para serem estudiosos de futebol. As crianças vestem pela primeira vez suas chuteiras os pais se alegram e passam até sua adolescência recebendo instruções quase precisas de pessoas estudadas e respectivamente formadas de como se joga o futebol. Saem da escola e sabem: chutar, passar, dominar e etc. buscam um espaço em um clube e logo estão lá (profissionais). Bons goleiros, bons alas, bons zagueiros, bons volantes, mas não tão bons armadores e atacantes, passam e fazem até o seu pé de meia, mas são simples coadjuvantes, nunca são notados e percebidos, porque?

Agora começa a minha história.
Eu vi nascer um craque; em uma cidade simples de bairros simples, famílias simples e humildes, meninos descalços (nariz escorrendo, pés sujos de sola grossa de pisar o chão), não existe bola de couro, tudo é bola (basta ser redondo) uma laranja, um rolinho de papel e quando mais sofisticado, de meia (meias de mulher uma enrolada na outra até virar uma bola). Onde eles jogam? Onde? Em qualquer lugar, na calçada, no quintal, na rua, em um terreno baldio. O piso é variado: cimento, terra dura com pedrinhas, areia lisa e areia solta, fofa e avolumada, (normal ter objetos e quinas para desviar). É assim; e lá vem os guris de todas as casas, tiram par ou impar e começa a pelada. Golzinho de pedra ou de chinelos e vem os guris. Garotos que a vida ensinou que é preciso driblar, já em suas casas a lição vem de pequeno. Vão buscar o dinheiro vendendo coisas como balas e doces e muitas outras que aqui não convém comentar. Mas tem que driblar a vida, na lida dos dias, dinheiro ganhar, ouvem das dificuldades e os pais comentam que vai faltar: pão, arroz, feijão e tudo mais. Meninos espertos tem suas linguagens e uma malandragem criança, que a vida ensinou, driblam tudo, um jeito “perversinho”, de alegria contida de na vida mais um drible dar. Voltamos ao campo, creio que na cabecinha deles está gravado, tenho que levar a bola para depois da linha do gol custe o que custar, tem lá o gordinho, esse eu ganho na velocidade, tem lá o magrinho este eu deixo o corpo, o goleiro vem louco e corto ele de lado, uso a velocidade, minha habilidade e vou por tudo passar.

Agora vem o meu craque, ele era assim um guri esperto, olhos vivos e estalados, sorridente e malandrinho,  arisco, alegre e vivo, morava em um lugar de ruas de areia e ali ganhou habilidade, fins de semana na praia, mais areia e muita força, domínio. Cabeça diferente, lugar de jogo extremamente não adequado, mas é ali que ele vai e foi se criar. Assim nasce o craque do antagônico, da contra mão da vida, assim se faz á diferença, assim nasce ROBINHO. Outros como ele assim nasceram, estava vendo na ESPN BRASIL a vida de Maradona, meus olhos só esperavam para ver o lugar que ele nasceu. Bairro de Fioreto, um cantão e logo queria que mostrasse o campo que ele brincava de pequeno, lá estava, um campo de areia fofa e situação de vida semelhante ao Robinho, conclui, é assim que se faz a diferença, é assim que nasce o craque, a vida os põe ali, e com os contra tempos da vida e com o dom e talento de Deus recebido. Uma química perfeita se mistura e temos os armadores e os atacantes. França, Alemanha, Estados Unidos, Inglaterra, Espanha, Itália, vocês tem o equilíbrio social, mas os craques; temos nós!

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Sandra Cantil disse...

Muito bacana mesmo a forma como colocou a "diferença" entre os coadjuvantes e os destaques.
Mas eu nao sei, eu penso que quem tem habilidade ja nasce com isso. Eu vi o Kaka jogando futsal quando adolescente e cursava o ensino medio numa escola particular. Eu duvido que pra jogar, ele tenha feito como os garotos mais simples fizeram. Eu cite o Kaka no caso e nem sei se existem outros.
Mas é tal coisa, os menos favorecidos de lazer se ocupam desta forma mesmo, fazendo suas peladinhas com traves de chinelo, enquanto que os mais favorecidos se ocupam indo a Disney e outros tipos de lazer.
Parabens pelo artigo... adorei
Abraços

Anônimo disse...

Se olharmos pros jogadores considerados craques hoje em dia, fica claro que a grande maioria deles veio de origem humilde. Pode-se dizer que a malandragem e a ginga usadas para jogar futebol são adquiridas na rua, nas peladas de várzea, como no caso do Robinho. No caso do Kaká, que ao meu ponto de visto também é craque, o bom futebol é moldado por treinamento em bons clubes, com bons profissionais, desde a infância, talvez por isso o seu futebol seja mais de objetividade do que habilidade.
Belo post!
Forte abraço!

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